sábado, 5 de novembro de 2011

LAPIDANDO CORAÇÕES


Podemos comparar o casamento a construção de uma casa. O que dá sustentação a qualquer edificação são suas bases, suas colunas suas vigas. Assim é o casamento, precisa de bases sólidas para continuar em pé. Muitos edifícios desabam dentro de pouco tempo exatamente porque foram construídos sem segurança sem planejamento adequado e com materiais sem qualidade.

Quando nos apaixonamos e decidimos casar, tendemos a pensar que a vida a dois vai ser mais fácil do que é na realidade. Não importa o quanto nos amamos, o casamento é, às vezes, maravilhoso, mas também, previsivelmente muito difícil.

Não há, provavelmente, tarefa mais complicada e desafiadora do que manter uma longa ligação. Os bons relacionamentos não “acontecem” simplesmente: eles são um produto direto de energia, tempo, esforço que investimos neles, assistidos pela graça de Deus.

No mundo moderno, cada casal tem de criar seu jeito de amar, seu estilo de vida, seu “modelo de solidariedade”. Isto significa estabelecer uma relação de troca, de dar e receber, de mutualidade.

Ainda que a maioria das pessoas se case por amor, num mundo atribulado como este, o amor não basta. Como disse Albert Camus: “Se o amor fosse o bastante, as coisas seriam simples demais”.

De fato, o amor é uma força poderosa, mas cada um precisa ter qualidades pessoais para sustentá-lo e fazê-lo crescer. Por isso descobrimos que quanto mais facetas da nossa personalidade se engatar com as do outro, melhor, porque maior será a possibilidade de troca.

Na época da revolução sexual, as pessoas começaram a se perguntar: “o que eu estou levando do meu casamento?” em vez de, “o que eu trago para o casamento?”

A noção de “para o melhor e para o pior” ou “até que a morte nos separe” deu lugar a um pensamento utilitarista: “Até que você não corresponda mais às minhas necessidades”.

Assim começou o casamento em que cada parceiro via o outro como responsável por sua felicidade e realização pessoal. Era uma relação baseada mais no exigir do que no dar.

A verdade é que todos nós precisamos de um porto seguro na vida.

O que significa que muitos casais usam aquisições materiais para perpetuar a ilusão (a casa, o carrão, o apartamento à beira-mar, dinheiro, etc...). Entretanto, segurança só existe dentro de nós mesmos, desde que compartilhada com o outro e oriunda de Deus.

O compromisso de um casal deve ser, portanto, de um para com o outro em valores intangíveis, não principalmente de ajuntar, empilhar ou armazenar coisas materiais mensuráveis. A harmonia conjugal é atingida quando o casal, na vivência do amor, “supera-se a si mesmo” e harmoniza as suas qualidades numa união sólida e profunda. Quando isto ocorre, cada um passa a ser enriquecido pelas qualidades do outro. Há, então, como que uma transfusão de dons entre ambos. Mas para isso é preciso que o casal chegue à unidade, superando as falsidades, infantilidades, mentiras e infidelidades.

Não somos obrigados a casar e constituir uma família, mas se tomamos esta decisão, então devemos casar para valer, com toda a responsabilidade. Aquela pessoa com quem decidimos casar é a escolhida entre todas que conhecemos. E, assim, como o (a) eleito (a), devemos ter-lhe em alta conta, como a pessoa especial na nossa vida, merecedora, portanto, de toda atenção e respeito.

É lamentável que entre muitos casais, com o passar do tempo, e com a rotina do dia-a-dia, a atenção com o outro e, pior ainda, o respeito, vão acabando. Por outro lado, é preciso cuidar para que a atenção e o carinho para com o outro não diminua. É importante manter acesa a chama do desejo de agradar o outro. São nos detalhes que muitas vezes isto se manifesta. Qual é a roupa que ela gosta que eu vista? Qual é o corte de cabelo que ele gosta? Qual é a moda que ela gosta? Qual é o lazer que ele gosta? Enfim, a preocupação em alegrar o outro, sem cair no exagero, é o que mantém a comunhão de vidas.

Isto não quer dizer que o amor conjugal deva ser um “egoísmo a dois”. Como dizia Exupéry, “amar não é olhar apenas um para o outro, mas é olhar ambos na mesma direção”. Isto é, o casal não pode parar em si mesmo, ele tem grandes tarefas pela frente: os filhos, a ajuda aos outros, a vida na igreja, etc. Importa olhar na mesma direção e caminharem juntos, de mãos dadas e coração entrelaçado.

É conhecendo-se que o casal cresce, fortalece a sua unidade e o seu amor..

Precisamos entender que amar não é uma decisão de apenas um momento, mas é uma decisão que deve ser renovada a cada momento, para durar sempre. E tem mais, é preciso estar sempre consciente que amar um homem ou uma mulher, será sempre amar um ser imperfeito, pecador, fraco e sujeito às intempéries da vida. Mas se você amar de verdade, poderá ajudá-lo a vencer todas essas dificuldades, e ser alguém novo

Um bom e seguro segredo para ser feliz no casamento, é aquele, dado aos maridos, por um célebre conferencista: “Se você quer ser tratado como um rei, então trate a sua esposa como uma rainha”.

“Não basta amar agora, é preciso amar sempre e para a toda vida”.



Armando Gabriele Filho
Economista e Pós-Graduação em Marketing
DR e Presidente da EPB - SP - Centro

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